Ainda pensas em mim? Ainda te lembras dos dias cheios de sol onde eu era a que ganhava no concurso "vamos-ver-quem-mais-irrita-a-avó"? De onde quer que estejas tu, vês a luta diária da mãe para me dar uma boa educação? Vês a mãe a preparar-me o leite com cereais, todas as manhãs?
Depois da tua morte, vi que nem toda a gente gostava realmente de ti, vi coisas que não queria ter visto, passei por coisas difíceis e ouvi conversas que denegriam a tua imagem.
Mas o que importa isso se para mim serás para sempre a melhor? Aquela que ultrapassa a barreira da bondade e aquela que nunca fez mal a ninguém para além de si própria.
Vi pessoas que nunca antes tinha visto, irem pousar uma flor por cima da pedra de mármore que te recobria. E ainda hoje, gostava de saber de quem era o ramo de rosas amarelas que lá ficou também. Porquê esse ramo em específico? Porque foi uma daquelas rosas que eu escolhi por entre todas as flores, para que fosse repousar ao teu lado.
Sabes, fazes-me mais falta do que o ar para respirar. E admito, durmo todas as noites com algo teu para me sentir mais protegida. E cada vez que vejo alguém sofrer, lembro-me de ti que foste aquela que mais sofreu.
Espero que ainda me vejas e que ainda te orgulhes de mim, que ainda gostes mais de mim do que todos os outros porque eu, ainda gosto mais de ti do que de todos os outros.
Fazes-me uma falta de morte... De morte, mesmo.
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