Há dias em que a memória vai buscar coisas arrumadas bem no fundo daquela tal gaveta. A memória é madrasta mas nada contra isso podemos fazer senão sorrir e tentar voltar a arrumar essas lembranças. O ideal era mandar fora essa gaveta que guarda as mágoas, o problema é que nem todas as nossas gavetas podem ser deitadas para o lixo. E quando não as podemos deitar fora - não porque não queremos mas porque não conseguimos -, refugiamo-nos nas coisas boas que a vida nos oferece.
Porque será que não podemos apagar as memórias que nos torturam ou nos deitam abaixo em alguns momentos da nossa vida? Já me explicaram, é verdade! Mas eu sei que as pessoas dão uma explicação qualquer sem saberem ao certo a resposta.
Tenho tantas perguntas ainda, tenho tantos medos escondidos ainda, tenho tantas feridas. Mas essas perguntas, esses medos e feridas, fizeram de mim aquilo que sou hoje. E eu sei, eu sei perfeitamente que muita gente não entende a minha personalidade por não saber metade da minha vida (e ainda bem!).
E se por um dia que fosse, as pessoas soubessem da minha história toda, de A a Z, o que diriam elas? Entenderiam finalmente porque sou eu tão insegura, tão sincera, tão directa, tão transparente, tão ciumenta?
A verdade (verdadinha) é que sou das pessoas mais inseguras que já conheci em toda a minha vida e que sei, com todas as minhas certezas, que não hei-de mudar nunca. Há momentos, atitudes, palavras e dias que nos marcam de tal maneira que nos mudam para sempre.
Felizmente, ainda não mudei negativamente - a meu ver - por aquilo que algum dia passei.
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